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Como ter uma rotina ativa de exercícios físicos com os pets

18 de Julho, 2025 Como ter uma rotina ativa de exercícios físicos com os pets

Incluir seu cachorro, e até mesmo seu gato, na rotina de exercícios pode transformar a qualidade de vida de todos em casa. 

Segundo um estudo publicado na revista científica Applied Animal Behaviour Science, a prática regular de atividades físicas ajuda a reduzir o risco de obesidade, diabetes e doenças ortopédicas e respiratórias em animais. 

Mas talvez o efeito mais perceptível no dia a dia seja outro: o bem-estar. Além de melhorar o condicionamento físico, exercitar-se ao lado do seu pet fortalece o vínculo, reduz o estresse e contribui para uma rotina mais equilibrada, física e emocionalmente. 

E o melhor: tem atividade para todos os perfis, desde uma caminhada tranquila até uma corrida mais intensa.  

Neste guia, você vai entender por que se exercitar com seu pet faz tão bem, quais cuidados são importantes e como criar uma rotina saudável, segura e divertida em conjunto. 

Quais são os benefícios dos exercícios físicos com pets? 

Exercitar-se com seu pet melhora a saúde física, emocional e o bem-estar de ambos. 

Tutores que se movimentam com seus cães são mais ativos, têm mais disposição e mantêm uma rotina mais saudável. Já os animais ficam menos ansiosos, mais equilibrados e com o comportamento ajustado. 

Não precisa começar com nada radical. Uma volta no quarteirão, uma corrida leve ou até uma brincadeira com bolinha no parque já fazem diferença. 

O importante é colocar o corpo em movimento, criar conexão e transformar o tempo juntos em saúde. E a boa notícia é que os benefícios não param por aí. Manter uma rotina de exercícios físicos com pets contribui para: 

 - Controle de peso e prevenção de doenças metabólicas. 

- Redução da ansiedade e do estresse. 

- Fortalecimento muscular e cardiovascular. 

- Estímulo mental, socialização e melhoria do comportamento. 

- Reforço do vínculo afetivo entre tutor e pet. 

Segundo o Manual de Boas Práticas da Abinpet, exercícios mais intensos — como corrida e pega-pega — ajudam a reduzir comportamentos indesejados, impulsividade e agitação, especialmente em cães jovens e com energia acumulada. 

7 exercícios que você pode fazer com seu pet 

Se tem algo que não pode faltar na rotina de um animal é a atividade física. Mas, mais do que brincar ou gastar energia, os exercícios feitos em conjunto estimulam o corpo, a mente e o vínculo entre pet e tutor. 

Pode ser em casa, na rua ou no parque. Basta escolher o tipo de exercício que combina com o perfil de vocês. Veja algumas opções seguras, divertidas e benéficas:  

1. Caminhadas 

Se o seu cachorro se anima só de ouvir a palavra “passeio”, saiba que você tem nas mãos um dos exercícios físicos com pets mais completos e acessíveis. 

Indicada para cães de diferentes portes e faixas etárias, respeitando as características individuais e a condição física geral de cada animal. 

Pode ser adaptada ao condicionamento do tutor e do pet. 

Reforça o vínculo e reduz o estresse de ambos. 

Exige apenas coleira adequada, guia e atenção ao horário: prefira passear antes das 8h ou após as 18h, quando o sol está mais ameno e o asfalto não representa risco de queimaduras nas patinhas do cão. 

Uma dica é variar o trajeto e permitir momentos de parada para cheirar, é tão importante quanto manter o ritmo da caminhada. 

De acordo com o CRMV-SP, a caminhada regular estimula os sentidos dos cães — especialmente o olfato, que é essencial para o seu bem-estar.  

Cheirar postes, gramados e até paredes faz parte do comportamento natural dos cães e deve ser respeitado como parte da experiência. 

Atenção! Os filhotes só devem sair para passeios após o protocolo de vacinação completo, com liberação do médico-veterinário. 

2. Corrida e canicross 

Para cães atléticos e cheios de energia acumulada, o canicross é uma das formas mais completas e divertidas de exercício físico. 

Trata-se de um esporte em que tutor e pet correm juntos por trilhas ou parques, com o cão preso a uma guia especial na cintura do tutor. A proposta é simples, mas altamente benéfica: movimentar o corpo e fortalecer o vínculo como uma verdadeira dupla. 

Essa modalidade trabalha a cooperação e ainda proporciona: 

- Gasto calórico elevado e controle da ansiedade. 

- Fortalecimento muscular e cardiovascular. 

- Melhora na atenção e obediência, com reforço positivo. 

É especialmente indicada para raças com perfil atlético, como Border Collie, Weimaraner e Whippet. Com moderação, pode ser adaptada a outros tipos físicos, desde que haja avaliação veterinária prévia. 

Se está pensando em começar a praticar canicross, comece com percursos curtos, em ritmo leve, e aumente gradualmente conforme a adaptação do seu pet.  

Evite horários de sol forte, leve água para ambos e observe o comportamento do cão durante o percurso. 

Filhotes e cães de grande porte só devem iniciar corridas após a fase de crescimento e liberação do veterinário. A recomendação geral é

- A partir de 12 meses para cães de pequeno e médio porte. 

- A partir de 18 meses para raças grandes. 

3. Brincadeiras: bolinha e frisbee 

Nem toda atividade precisa ter cara de treino. Uma das formas mais eficazes (e divertidas) de exercitar seu cão são as boas e velhas brincadeiras. 

Jogos como buscar a bolinha ou pegar frisbee estimulam o instinto natural de caça, trabalham o foco e ainda reforçam o vínculo com o tutor. Essas brincadeiras

- Podem ser feitas em casa, no quintal ou no parque. 

- Estimulam comportamentos naturais, como perseguição e caça. 

- São ideais para cães ativos, que gostam de se movimentar e interagir. 

Dica prática! Escolha brinquedos de tamanho adequado e com texturas que não escorregam. Evite objetos pequenos demais ou lisos, que aumentam o risco de engasgos.  

Também vale evitar brincadeiras que incentivem mordidas em mãos ou roupas, pois isso pode reforçar comportamentos indesejados. 

4. Agility 

Para cães que adoram desafios, o agility pode ser a atividade ideal. 

Nesse esporte, o cachorro percorre um circuito com túneis, rampas, saltos e zigue-zagues, sempre guiado pelos comandos do tutor. Além de divertido, o agility desenvolve

- Coordenação motora e raciocínio rápido. 

- Obediência e foco com reforço positivo. 

- Companheirismo e sintonia entre tutor e pet. 

É uma prática que exige mais estrutura e treino, mas pode ser iniciada de forma leve com obstáculos improvisados em casa ou no quintal. 

Para quem quer se aprofundar, vale procurar centros de adestramento ou escolas que ofereçam apoio adequado para a prática segura e progressiva. 

5. Estímulos cognitivos e sensoriais 

Além do corpo, o cérebro do pet também precisa se exercitar. Atividades que exigem raciocínio e uso dos sentidos, como jogos de faro, ajudam a gastar energia mental e manter o pet mais equilibrado no dia a dia. 

Esses estímulos contribuem para

- Melhorar a obediência e o foco. 

- Reduzir comportamentos indesejados, como roer móveis ou latir excessivamente. 

- Desenvolver autoconfiança e inteligência. 

Uma forma simples de começar é esconder petiscos pela casa ou em brinquedos interativos. Além de divertir, esse tipo de atividade estimula o instinto de busca e mantém o cão engajado por mais tempo. 

6. Natação 

A natação é um excelente exercício físico para cães, principalmente os que têm problemas articulares, como displasia coxofemoral ou artrite.  

Por ser uma atividade de baixo impacto, ela fortalece os músculos, alivia o estresse e ainda ajuda a manter o peso ideal. 

Além dos benefícios terapêuticos, nadar também refresca nos dias quentes e pode ser muito prazeroso para o pet. 

Algumas raças costumam se adaptar com mais facilidade à água, como Labrador, Golden Retriever e Poodle.  

Já cães braquicefálicos, como Pug, Shih Tzu e Bulldog, precisam de cuidado. Use sempre colete flutuador e supervisione todo o tempo na água. 

Se está começando a fazer natação com seu pet, aqui vão algumas dicas

 - Prefira locais rasos, como tanques ou piscinas infantis. 

 - Nunca force a entrada na água. Respeite o tempo do pet. 

 - Consulte o veterinário antes de iniciar a prática. 

Com paciência, incentivo e reforço positivo, a natação pode se tornar uma atividade regular na rotina do seu cão, trazendo benefícios físicos e emocionais. 

7. Flyball 

Já ouviu falar em flyball? Apesar de ainda não ser muito comum no Brasil por exigir estrutura e espaço adequados, essa modalidade conquista cada vez mais tutores apaixonados por esportes com cães. 

Se o seu pet adora correr, saltar e buscar brinquedos, ele pode se encantar pelo flyball — uma atividade dinâmica que mistura agilidade, raciocínio e cooperação em uma espécie de “corrida de revezamento”. 

Nela, o cão percorre um circuito com barreiras, aciona uma caixa que lança uma bolinha e retorna com ela na boca até o tutor. Tudo isso o mais rápido possível, competindo com outra equipe canina em uma pista paralela. 

Além de ser emocionante de assistir (e de participar!), o flyball proporciona diversos benefícios: 

- Trabalha foco, velocidade e obediência com reforço positivo. 

- Estimula a socialização, já que é praticado em grupo. 

- É ideal para cães com energia de sobra e que gostam de desafios físicos e mentais. 

Dica: Por exigir equipamentos e treino específico, o flyball geralmente é praticado em centros de adestramento ou clubes especializados. Cães de diferentes raças e tamanhos podem participar — basta ter disposição, saúde e vontade de brincar. 

Quanto tempo de exercício o cachorro precisa por dia? 

Após conhecer tantas opções de atividades, surge uma dúvida comum: quantos minutos de exercício são ideais para o meu cão? 

De modo geral, o recomendado é reservar pelo menos 30 minutos por dia para alguma prática física, seja dentro de casa ou ao ar livre.  

Esse tempo pode ser dividido em sessões curtas e espaçadas ou concentrado em uma atividade mais intensa, como uma corrida leve ou um circuito de brincadeiras. 

Afinal, cães com alto nível de energia, como raças atléticas, costumam precisar de muitos estímulos. Já os mais tranquilos podem se satisfazer com uma boa caminhada e brincadeiras interativas. 

Os pets idosos ou com limitações articulares devem ter uma rotina mais leve e adaptada. Nesses casos, é fundamental que o plano de exercícios seja acompanhado por um médico-veterinário. 

O mais importante é respeitar o ritmo e as condições físicas do seu pet, oferecendo uma rotina de movimento que seja segura, estimulante e prazerosa. 

Do aquecimento ao bem-estar: o que muda no organismo? 

Nos primeiros minutos de exercício, tanto o corpo humano quanto o canino entram em modo de adaptação.  

Pulmões e coração aceleram, a temperatura corporal sobe e os músculos passam a consumir glicose e gordura para gerar energia. 

Esse conjunto de reações reorganiza o organismo como um todo, promovendo desempenho físico e equilíbrio mental. 

Veja o que acontece nesse processo:

- Aumento da frequência respiratória e cardíaca. 

- Maior circulação de sangue com oxigênio e nutrientes para músculos e cérebro. 

- Elevação da temperatura corporal, que favorece as reações metabólicas. 

- Produção de energia a partir de reservas de glicose e gordura. 

- Liberação de hormônios ligados ao foco, ao bem-estar e à regulação emocional. 

Como destacado pelo portal Eu Atleta, a prática regular torna o corpo mais eficiente. Em humanos, isso se reflete em mais resistência, controle de peso, equilíbrio emocional e melhora do sono. 

Nos cães, os benefícios envolvem saúde articular, digestiva e comportamental. Além de se sentirem mais calmos, felizes e ajustados ao convívio familiar. 

Cuidados essenciais antes, durante e depois do exercício físico com pets 

Para incluir seu pet na rotina de atividades físicas, é essencial garantir que a prática seja segura, saudável e adaptada às necessidades dele. Por isso, alguns cuidados são indispensáveis. 

Veja o que observar antes, durante e depois dos exercícios com o seu melhor amigo. 

**Antes de começar** 

 - Check-up veterinário 

 - Antes de iniciar qualquer prática, consulte um médico-veterinário. O cuidado é essencial para certificar-se de que o pet está saudável e liberado para o exercício. 

 - Equipamento certo 

 - Use guias adequadas para o tipo de exercício (como as de cintura no canicross) prefira coleiras do tipo peitoral, que distribuem melhor a força. 

 - Exercício sob medida 

 - Raça, idade, porte e condição física interferem na escolha da atividade ideal. Cães braquicefálicos, idosos ou com sobrepeso exigem atenção redobrada. 

**Durante o exercício** 

 - Evite horários quentes 

 - Prefira passeios antes das 10h ou depois das 16h. O asfalto quente pode causar queimaduras nas patas. 

 - Ofereça água com frequência 

 - Hidratar o pet em pequenas pausas é essencial, principalmente em dias quentes ou durante atividades intensas. 

 - Observe os sinais 

 - Cansaço excessivo, respiração muito ofegante ou interrupções bruscas são sinais de que é hora de parar. 

**Depois do exercício** 

 - Evite treinar após as refeições 

 - Especialmente em cães de grande porte, essa prática pode causar torção gástrica, uma condição grave. 

 - Banho após natação 

 - Se o exercício for aquático, enxágue bem o pet para remover resíduos de sal, cloro ou sujeiras. 

 - Atenção ao comportamento 

 - Mudanças no apetite, no humor ou na disposição podem indicar esforço excessivo  

Atenção com a nutrição do seu pet 

Com nutrição adequada, o pet se sente mais disposto, saudável, engajado e pronto para aproveitar o melhor da vida ativa com o tutor. 

Tudo começa com uma ração de qualidade, formulada para atender às necessidades nutricionais específicas de cada fase da vida.  

Com orientação veterinária, alguns suplementos podem potencializar os benefícios da prática de exercícios físicos, como

- Vitaminas do complexo B – auxiliam na formação muscular. 

- Colágeno – reforça articulações e previne lesões. 

- Ômega 3 – melhora a saúde neurológica e a vontade por interações. 

Gatos também precisam se exercitar 

Mesmo os felinos que vivem exclusivamente dentro de casa precisam de estímulos físicos e mentais para se manterem saudáveis, equilibrados e felizes.  

Sem atividades, o gato pode ficar entediado, o que gera problemas como agressividade, apatia ou comportamentos destrutivos. 

Ao contrário dos cães, os felinos não respondem bem a comandos ou caminhadas. Por isso, é melhor gastar energia em casa, por meio do enriquecimento ambiental. 

Esse conjunto de estratégias transforma o ambiente em um território estimulante, dinâmico e compatível com o comportamento felino. 

De acordo com o Guia para tutores – Conhecendo o comportamento dos gatos, da USP, oferecer desafios físicos e mentais diariamente ajuda a prevenir doenças, reduzir o estresse e fortalecer o vínculo entre tutor e gato. 

Veja os principais tipos de enriquecimento e como colocá-los em prática: 

 Enriquecimento físico 

 - Gatos adoram escalar, se esconder e explorar o ambiente em diferentes alturas. 

 - Instale prateleiras, nichos, rampas e túneis verticais. 

 - Ofereça arranhadores para aliviar o estresse e manter as unhas saudáveis. 

 - Disponibilize caixas de papelão e esconderijos para garantir segurança e conforto. 

 - Enriquecimento alimentar 

 - Transformar o momento da alimentação em uma “caça” é um excelente exercício mental. 

 - Use brinquedos interativos com petiscos e comedouros lento. 

 - Espalhe pequenas porções de ração pela casa ou crie trilhas para o gato seguir. 

 - Ofereça fontes de água em diferentes locais para incentivar a hidratação. 

 Enriquecimento sensorial 

Os sentidos dos gatos são extremamente aguçados e precisam ser estimulados. 

 - Ofereça catnip, grama para gatos e brinquedos com diferentes texturas. 

 - Crie acesso seguro a janelas, permitindo que observem o ambiente externo. 

  Experimente músicas calmas desenvolvidas especialmente para felinos. 

Enriquecimento cognitivo 

Gatos são inteligentes e adoram resolver “problemas”. 

 - Promova sessões de treino curtas com reforço positivo, como ensinar truques simples. 

 - Crie brinquedos caseiros com caixas, tubos e petiscos escondidos. 

 - Estimule o faro com brincadeiras de esconder comida pela casa. 

Enriquecimento social 

Apesar de independentes, os gatos também precisam de interação, desde que ela respeite seus limites. 

 - Inclua o gato nas atividades diárias e crie momentos de afeto com previsibilidade. 

 - Use varinhas e brinquedos que simulem presas para brincar de forma segura. 

 - Evite manipular patas, barriga ou cauda sem o consentimento do animal. 

Dica prática para realizar atividades com gatos 

Uma rotina de brincadeiras diárias, entre 5 e 15 minutos, já é suficiente para gastar energia, fortalecer o vínculo e reduzir comportamentos agressivos.  

O ideal é que a atividade direcione o instinto de caça para o brinquedo, nunca para suas mãos ou pés. 

Com criatividade e dedicação, é possível criar um ambiente enriquecido usando objetos simples, como caixas de leite, sacolas de tecido e fitas de cetim. O resultado aparece logo: mais disposição, menos estresse e uma convivência muito mais harmoniosa. 


Fonte: Cobasi 

Imagem: Canva