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Você sabia que os cães podem sofrer um AVC? Entenda mais sobre isso!

17 de Maio, 2022 Você sabia que os cães podem sofrer um AVC? Entenda mais sobre isso!

Infelizmente, a resposta para essa pergunta é sim. Em teoria, todos os animais vertebrados e alguns outros seres marinhos podem sofrer um AVC em algum momento da vida. Essa enfermidade se caracteriza pela redução ou interrupção do suprimento de sangue em partes do cérebro, que acaba rompendo ou bloqueando algum um vaso sanguíneo. 

Mas calma, não se desespere, pois no post de hoje, aqui no blog, separamos tudo o que você precisa saber sobre os riscos de AVC nos peludos.

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Entenda os dois tipos de AVC que existem

Isquêmico - causado por um coágulo que obstrui a passagem do sangue. Também é conhecido como embólico, pois provoca necrose isquêmica na área afetada. A famosa isquemia, como alguns chamam;

Hemorrágico - a causa é o rompimento de um vaso sanguíneo. É o que nos referimos como derrame e danifica áreas mais ou menos extensas do cérebro.

É importante sabermos que no momento em que ocorre um comprometimento parcial do cérebro, ele consegue recuperar de forma limitada a funcionalidade da área afetada. Isso significa que se for tingida a área motora, por exemplo, um AVC pode comprometer ou limitar a locomoção.

O AVC nos cães

Ao contrário dos humanos, o AVC não é algo muito frequente entre os cachorros. Estima-se que apenas 2% cães sofram com este mal, enquanto, para os humanos, o AVC é a terceira causa de morte entre adultos – de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), um em cada seis habitantes do planeta terá um AVC durante a vida.

Por que isso acontece?

Bom, nós somos mais sedentários, praticamos pouca (ou nenhuma) atividade física e nos alimentamos muito mal. 

Entretanto, a maioria dos cães passeia diariamente, exercita-se em brincadeiras com a família e alimenta-se com rações balanceadas, sem fugir da dieta.

É importante ressaltar que um acidente vascular pode ocorrer em qualquer parte do corpo. Trata-se de um impedimento que impede ou dificulta o fluxo livre do sangue nas veias e artérias. As varizes, por exemplo, entram nessa categoria.

Agora, quando este acidente ocorre no cérebro, a área afetada deixa de responder adequadamente – ocorrendo uma necrose do tecido que interrompe os comandos para áreas importantes, como a locomoção, a sensibilidade, a percepção térmica e até de localização no espaço.

Mas afinal, quais são as causas para os AVC’s nos cachorros?

- os animais idosos (com oito anos ou mais);

- animais com sobrepeso ou obesidade;

- pets que passam longos períodos expostos ao sol;

- cães de pequeno porte, especialmente das raças classificadas como toy e microtoy.

Porém, alguns problemas de saúde facilitam a ocorrência de um AVC. São mais suscetíveis os cães com histórico das doenças:

• endocardite – é uma infecção do revestimento interno do coração, formando coágulos, que podem se deslocar para o cérebro;

• neoplasias – tumores cancerígenos (primários e metástases) que podem formar coágulos, que se deslocam pela corrente sanguínea. Alguns deles  comprometem a coagulação e podem provocar hemorragias internas;

• dirofilariose (inclusive a forma francesa da doença, que causa angiostrongilose canina) – os parasitas podem se deslocar do coração ou da veia cava, criando um coágulo;

• doença de von Willebrand – é um distúrbio hereditário de coagulação do sangue, que provoca hemorragias nasais, sangramentos das gengivas, sangramento excessivo em caso de cortes e hemorragias internas;

• baixo nível de plaquetas no sangue (a erliquiose, provocada por carrapatos, é uma das doenças caracterizadas pela redução do número de plaquetas na corrente sanguínea).

Os cães que sofrem de hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto podem desenvolver aterosclerose, que também se caracteriza pela formação de coágulos no sangue. 

A hipertensão é uma condição comum entre os animais com problemas renais crônicos.

Sintomas de AVC nos cães:

O importante é identificar os sintomas rapidamente e procurar auxílio veterinário com urgência. Os sinais mais comuns são:

• vertigens e desorientação. Durante um AVC, os pets ficam cambaleando e tropeçando nos móveis e objetos (mas eles também podem ficar apáticos, recusando brincadeiras e alimento);

• apatia e perda dos sentidos. Se você chamar o seu cão e ele não responder, começar a andar em círculos ou demonstrar ter de fazer um grande esforço para atendê-lo, o quadro está se agravando. 

A perda da consciência, a hemiplegia e a tetraplegia são sinais quase certos de um AVC em andamento;

paralisação de membros, da face ou dos olhos;

respiração ofegante. Os cãs regulam a temperatura corporal através da respiração. Por isso, se ela estiver muito difícil, isso pode ser um alerta de que algo não vai bem;

perda da visão (parcial ou total);

• nistagmo – os olhos se movimentam de um lado para outro, como se estivessem seguindo um objeto. Entre os cães, o AVC é a única causa possível de nistagmo;

• salivação viscosa. A consistência mais grossa da saliva indica presença de muco, determinado pela redução dos líquidos no organismo e deve ser observada com atenção;

• gengivas secas ou viscosas. Estes são sinais de desidratação grave, um indicador de AVC;

• gengivas congestionadas. Quando surge um problema circulatório (geralmente associado a dificuldades de respirar), as gengivas dos cachorros adquirem uma coloração vermelho-escuro.

Coloque, com cuidado, os dedos entre os lábios, para verificar a cor das gengivas. A tonalidade mais escura também pode ser verificada na parte interna das pálpebras.

Eventualmente, o estresse provocado pelo AVC pode provocar problemas gastrointestinais. Por isso, verifique as fezes, em busca de sinais de muco e sangue, e também a ocorrência de vômitos. 

A temperatura corporal dos cãezinhos aumenta durante um acidente cerebral, permanecendo acima dos 40,5ºC (afira a temperatura com um termômetro retal de uso veterinário).

Diagnóstico e tratamento

Assim que o pet for submetido ao atendimento veterinário, alguns exames complementares serão solicitados em casos que não é possível avaliar a extensão do AVC ou quando há dúvida se os sintomas apresentados não são causados por outros problemas de saúde

Identificado o AVC, a maioria dos cães se recupera com cuidados básicos e vigilância. Não existe uma terapia específica para casos de AVC em cachorros, nem protocolos definidos a serem adotados.

No entanto, podem ser utilizados medicamentos para combater a formação de coágulos ou reduzir os episódios de sangramento espontâneo, por exemplo. 

O veterinário pode receitar:

- antieméticos, pra combater os vômitos e enjoos;

- anti-inflamatórios, para reduzir os inchaços;

- antibióticos, para eventuais infecções (mesmo oportunistas);

- anticoagulantes, no caso de o AVC ter sido causado pela formação de coágulos na corrente sanguínea;

- medicamentos que aumentam o fluxo de oxigênio para o sistema nervoso central.

Não existem estudos específicos no Brasil, mas especialistas acreditam que metade dos cães que sofrem AVC se recupera sem sequelas.

O intuito desse material não é assustar nenhum tutor, muito pelo contrário, nosso objetivo é informá-los acerca de uma doença pouco comum nos cães, mas que deve ser conhecida com atenção para proporcionar ao pet, caso ocorra o acidente, melhores condições de tratamento e recuperação.

Fonte: Assessoria Melim Pet com informações do Cães Online

Imagem: Unsplash