Que atire a primeira pedra quem nunca ficou encantado com um cachorro que acabou de sair do pet shop todo enfeitado, ou quem não ficou boquiaberto com os diversos perfis de cães que ensinam a fazer penteados espalhados pelas redes sociais!
Recentemente, viralizou no TikTok o perfil de uma tutora que faz os mais diversos penteados em sua cadela, uma schnauzer chamada Cookie. Mas será que a prática é adequada?
“Os penteados para pelagens longas de machos e fêmeas são superimportantes para manter os fios alinhados e evitar incômodos na região dos olhos, que pode levar a problemas oftálmicos. Eles também contribuem para evitar o embaraço dos fios em áreas que costumam embolar. Mas, se feito de incorretamente, pode trazer problemas”, alerta a médica-veterinária Ludmila Pereira, instrutora no Senac-RJ.
Cuidados
De acordo com Ludmila, de modo geral, antes de iniciar um penteado no cachorro, é preciso que os pelos estejam bem higienizados, hidratados e escovados com produtos adequados para o tipo de pelagem.
Além disso, os elásticos precisam ser de materiais flexíveis para não causarem atrito no pelo, como os modelos de silicone.
O groomer Erick Subercaseaux lembra ainda que é importante não deixar o penteado feito no pet shop por mais de dois dias no pet, bem como não prender os pelos do animal de forma muito apertada.
“Muitos tutores têm o hábito de deixar o lacinho muito tempo, às vezes semanas, preso na cabeça do cão. Isso é extremamente prejudicial. O ideal é não deixar o pet mais que dois dias com os lacinhos, por mais belo que seja o penteado, pois podem causar lesões, dermatites e até mesmo alopecia na região”, alerta o profissional.
Acessórios e produtos
Escolher produtos adequados também é essencial para o bem-estar do animal. Laços com pedrinhas ou enfeites muito pequenos, por exemplo, podem ser engolidos.
“Nos penteados, além de tomar cuidado para não puxar demais os fios e causar alopecia por tração, é importante evitar acessórios muito pesados, que podem provocar dor por conta do peso, ou com cola que não seja específica para os pets. Isso pode levar a reações alérgicas, intoxicação ou edema”, adverte Ludmila.
No que diz respeito ao uso de tintas, géis e até chapinha, os profissionais lembram que tudo deve ser formulado para a espécie e que o ideal é deixar o uso de tais produtos e utensílios restrito aos profissionais.
“Antes de estética, o importante é sempre prezar pelo bem-estar e conforto do pet. Ao ver que um acessório está “pesando” a cabeça do animal, incomodando seu caminhar, tapando parte da visão ou qualquer outra dificuldade do tipo, ele deve ser evitado. Saúde e bem-estar sempre vem em primeiro lugar”, finaliza Erick.
Fonte: Revista Casa & Jardim
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